domingo, 11 de julho de 2010

COMANDANTE EM RELEASE;




por Edgar Aprígio

Oriundo dos grandes clãs familiares, defensores patriarcas e oficiais generais militares, o comandante veio se modernizando com o tempo e com uma real função. Na cultura Marching Band (Bandas de Marcha) ele também passou por várias características até sintetizar estilos similares e com isso, classificá-lo por categorias.
Por questões culturais e geográficas, cada país desenvolveu a função num padrão. Há décadas atrás, alguns de, animadores (“bobos da corte”) de seus reis, hoje agem ainda como tais, porém como atenuantes responsáveis em chamar o público, prender sua atenção e convidá-lo a ficar e assistir a apresentação de sua marching band.
O uso da espada desembainhada (que hoje é proibido pela CNBF – Confederação Nacional de Bandas e Fanfarras, e pela direção da maioria dos concursos regionais), está totalmente ligado aos comandantes militares oficiais. Onde estes usavam seus sabres para conduzir suas tropas em guerra e inclusive combater com elas.
O uso do mace (cedro) também sofreu grande aprimoramento. Acessório este também oriundo do militarismo, é o acessório mais usado no mundo inteiro pelos comandantes tanto militares como civis. Alguns ostentam patentes, graduações, especializações e até maior idade (principalmente). Há regulamento padrão e reconhecido por associações de Drum Majors, onde através deste acontecem campeonatos e eventos relacionados.
Mantendo o critério cultura e geografia, agora incluímos a divisão categórica, onde até mesmo dentro de um país há vários estilos de condução, comandos e utilização do mace. Todavia, em sua maior parte são bem similares; comandos, condução, continência, apresentação do corpo musical, domínio do grupo e responsabilidade pelo compasso (em marcha).
Aqui no nosso país, essa cultura ainda está em aprimoramento e concordância. Até porque não temos um regulamento que dita regras sólidas. E o quesito “Comandante/Mór”, após cinco anos de tentativas, enfim foi aprovado pela CNBF, entrando em vigor a nível de competição recentemente em março de 2009.
Padronizar não é o interessante, pois a miscelânea cultural é o que temos de mais forte em nosso país, porém reavaliar os conceitos com certeza é preciso. Ainda temos comandantes (ou mores) que não sabem sua estável função à frente de uma corporação musical, e querendo ou não, ainda estão apenas como “bobos da corte”.
O comandante já exerce uma função que o coloca numa posição em destaque, com isso, é desnecessário quaisquer outros artifícios que induza o exagero nesta parte (onde geralmente os mores preocupam-se mais com seus fardamentos e menos com sua conduta).
Ele é responsável pelos exercícios de ordem unida de qualquer amplitude. Ele é quem dita a velocidade do andamento, a coordenação, o compasso, e dependendo da música, até a emoção. É responsável pela apresentação do corpo musical ao público presente; pelos comandos que informarão ao musical o que eles devem executar; e pela conduta para orientá-los no percurso direto, com continência militar às autoridades – nos casos de desfiles cívicos, ou indireto, até a montagem da concha (ou outro dispositivo) perante os avaliadores técnicos – nos casos de campeonatos. E então posterior a este processo, passar sua condução para o regente ou maestro.
Mesmos princípios devem ser respeitados na retirada do corpo musical, mas sem necessariamente ter que repetir apresentações, continências, e alguns comandos que são considerados cruciais no primeiro ato.
Lembrem-se, a primeira impressão é a que fica, mas se a conclusão não condiz com a introdução, você joga escada a baixo tudo apresentado antes. Boa sorte, sucesso e bons estudos a todos os comandantes do nosso país.

The Washinton Post - J.P.Sousa

terça-feira, 6 de julho de 2010

Corpo coreográfico




A vocês que participam de bandas e fanfarras a muito tempo ja devem ter visto aqueles corpos que encenam uma peça de teatro durante a apresentação de algumas corporações, bom isso na decada de 90 era totalmente comum, as linhas na entrada se apresentavam com movimentos semelhantes aos de hoje, e ao chegarem em frente ao palanque formavam se cenarios e encenavam se peças.Dez anos se passaram e hoje ja existem corpos coreograficos que roubam as cenas ao invés das bandas! Hoje os corpos tem força total atraves de seus coreógrafos que naum quiseram parar no tempo com peças e tudo mais!Ja se ve na avenida uniformes de luxo:iluminados, penas e tudo maisPrecisão, Cores, Movimentos. São algumas palavras que definem um corpo coreográfico. Nascidos a partir dos grandes exércitos, por isso sua inspiração militar, esses grupos são a materialização do som. Suas apresentações são sempre em conjunto com bandas e fanfarras , e sempre são um show a parte Técnicas para Linha de Frente e Corpo Coreográfico. Histórico Sobre a Origem das Linhas de Frente de Fanfarras e Bandas no Brasil. (Fases, Estilos, Marcialidade, Etc.). Técnicas Gerais para Linhas de Frente e Corpo Coreográfico. Técnicas de Maquiagem e Confecção de Uniformes. Iniciação Musical.


Fotos cedidas por: Saimon Garcia

A Baliza




Uma boa baliza pode ser o toque de classe na apresentação de uma banda. Mas, mesmo que seu desempenho seja impecável, se sua atuação não for integrada ao todo, poderá ter efeito negativo sobre a parte musical.

O conteúdo da apresentação: antigamente, a apresentação de uma baliza era basicamente atlética; o seu perfil era o de uma ginasta de solo. Posteriormente, as coreografias ficando mais elaboradas e começaram a incorporar elementos do balé, aparelhos de G.R,. Atualmente, acrescentou-se a expressão corporal. Assim, o perfil de uma baliza hoje é o de alguém que consegue ser, ao mesmo tempo, uma ginasta, uma bailarina e uma ¨ atriz¨ e sim podemos se sizer tambem.

Em relação aos concursos, o importante é que tudo o que for feito pela baliza esteja integrado à apresentação musical da banda. Isso pode parecer simples num primeiro momento, mas, para que aconteça realmente, precisa de um cuidado especial na elaboração de sua coreografia.

Com um simples exemplo, pode-se compreender o que seria essa integração ou a falta dela: é comum, em trechos musicais lentos e suaves, onde a música convida à reflexão, as balizas executarem seqüências, que pela habilidade e expressividade, levam o público quase ao delírio, justo quando ele deveria esta ouvindo a banda. Às vezes, o entusiasmo provocado no público por uma baliza é tamanho que sua ovação chega a encobrir o som da música.

Todos desejam seus instantes de glória, mas, para isso, não é preciso encobrir o trabalho dos outros.

Basicamente, para se ter equilíbrio entre coreografia e música, podese utilizar os trechos lentos e em piano para seqüências que enfatizem as habilidades expressivas da baliza; já as habilidades da ginasta e da bailarina precisam, normalmente, de trechos mais rápidos e fortes.

Quanto mais bem-cuidada for essa relação, tanto maior será o impacto expressivo sobre o público.


A baliza de banda é um componente que pode demonstrar mediante ginástica artística, rítmica, dança, sua arte, no compasso da música tocada pela sua corporação.

Geralmente a baliza de banda é uma mulher que se situa a frente da fanfarra efetuando coreografias. Todavia, pode haver também grupos de balizas ou balizadores masculinos se apresentando, nestes casos alguns estados já se utilizam e regulamentos próprios para julgamento.

A Baliza poderá em alguns festivais ser julgada separadamente de sua corporação , e poderá ter como pré-requisitos a utilização destes instrumentos que servirá também para ampliar a beleza de sua apresentação. Existem no Brasil vários quesitos para julgamento da baliza, cada estado possui um específico, baseado ou não no regulamento da Confederação Nacional de Bandas e Fanrras (CNBF).

Bandas

Respeitando-se alguns princípios básicos, apresentar-se em um concurso pode, independente do resultado, ser uma experiência alegre e enriquecedora.
Embora a finalidade da existência de uma banda não seja participar de concursos e ganhá-los, o sucesso de uma atuação pode ser um fator de estímulo essencial à existência. Infelizmente, na prática, a não observância de alguns princípios básicos faz com que, para muitas bandas, a participação em um concurso se transforme numa experiência frustrante.
A regra de ouro para mudar essa situação é ter sempre em mente que uma apresentação, da entrada à saída da banda, deve ser pensada como um todo único, onde cada aspecto está interligado ao outro. Embora as tarefas de organização, concepção, preparação e realização sejam divididas entre várias pessoas, deve haver um esforço comum para se conseguir a unidade.
Vamos agora analisar os principais aspectos que devem ser levados em conta para se organizar uma apresentação de sucesso.
A escolha das músicas
Segundo as regras em vigor atualmente, durante a apresentação em um concurso, uma banda executa quatro músicas: uma enquanto se dirige ao local de julgamento, duas diante dos jurados para avaliação e a última retirando-se do local. A primeira música não será avaliada pelos jurados, mas é ela que mostra a "cara musical" da banda; é ela que saúda os presentes. Se essa música for alegre, estimulante e bem executada, animará o público e colocará todos em um estado receptivo para o que virá em seguida.
Para que isso aconteça, ela deve ser musicalmente simples, para ser facilmente compreendida, e ter um ritmo não muito lento e que estimule a todos a ouvi-la. Não deve ser tecnicamente complicada, para que possa ser executada facilmente durante a marcha com evoluções coreográficas. É importante que ela esteja musicalmente amadurecida entre os integrantes da banda. Ela precisa transmitir algo como: "Venha, vamos brincar juntos, veja como nós estamos felizes em tocar para vocês e como é divertido o que fazemos!".
As duas músicas que serão avaliadas precisam ser capazes de mostrar a habilidade técnica e o amadurecimento musical da banda. Tecnicamente, a banda tem que mostrar seu controle sobre as seguintes características musicais:
Dinâmica - Ser capaz de executar todas as gamas de intensidade - do pianíssimo ao fortíssimo - mantendo a afinação, a qualidade sonora e a diferenciação entre o que é melodia e o que é acompanhamento.
Articulação - Ser capaz de diferenciar entre as diversas articulações, como staccato, legato, acento, etc., sabendo aplicá-las musicalmente.
Afinação - Manter uma uniformidade na afinação nas diversas dinâmicas.
Ritmo - Manter a precisão rítmica e a uniformidade no conjunto, primando principalmente pela leveza.
Domínio instrumental - Demonstrar que cada músico, individualmente, tem o nível adequado para executar sua parte nos arranjos, ao mesmo tempo em que consegue se integrar à execução dos demais participantes.
Musicalmente, a banda tem de demonstrar que consegue:
Frasear as melodias, dando sentido de começo, meio e fim; destacando-as dos acompanhamentos e dos contrapontos.
Exprimir o caráter da música (uma marcha não é um dobrado; um samba não é um baião e assim por diante). É fundamental que o arranjo e a interpretação consigam ser fiéis ao caráter original da composição.
Fugir dos lugares comuns - uma interpretação, ao mesmo tempo em que deve respeitar à obra, precisa também ser original e capaz de surpreender o ouvinte. A última música representa a despedida da banda. Ela deve dizer algo como: "Foi muito bom ter estado com vocês, esperamos que tenham se divertido e que possamos nos reencontrar em breve!". Essa última música deve deixar saudades.
No momento de escolher as peças a serem executadas, uma outra questão importante é a seqüência de execução. Vamos analisar esse aspecto em detalhes.
Achando a seqüência ideal
A primeira música, ao mesmo tempo em que representa para o público a alegria da participação da banda, precisa funcionar para os músicos como uma espécie de aquecimento. É muito comum se observar bandas que executam como peça inicial músicas onde tocam muito agudo e muito forte. Resultado: a maioria dos instrumentistas de bocal chega à primeira peça de avaliação com os lábios extenuados e, por conta disso, não consegue ter um bom desempenho técnico durante o julgamento.
Para que o arranjo seja adequado a esses princípios, pode-se executar alguns trechos uma oitava abaixo e mudar a instrumentação de outros. O importante é que, depois da execução dessa peça, nenhum instrumentista se sinta cansado.
A ordem das duas músicas que serão avaliadas também deve ser escolhida com cuidado. É preciso que tanto o maestro como cada músico tenha certeza que terá condições físicas de executar os trechos tecnicamente difíceis. Nesse sentido, a seqüência das peças pode ser decisiva para o sucesso ou fracasso da apresentação.
O maestro tem e deve usar a liberdade de mudar os arranjos, adequando-os à banda. Conforme o caso, ele precisa fazer partes individuais específicas para as habilidades do músico que irá executála. Lembre-se que o aluno da banda está em fase de aprendizado e tem o direito de ser amparado nesse aprendizado. Lembre-se também que, numa apresentação pública, todos querem ouvir o que a banda é capaz de fazer e não o contrário.
Vamos analisar alguns detalhes técnicos para ajudar a escolher as músicas e a forma de prepará-las.
Dinâmica, resistência, afinação
A dinâmica é uma das características do som, não uma prova de força. Muitos músicos (e alguns maestros) acreditam que, quanto mais forte consigam tocar, melhores serão. Quando se toca no limite do fortíssimo, além de os lábios se cansarem muito mais rápido, perde-se o controle sobre a afinação, articulação e expressão.
O desenvolvimento da resistência física para a execução do instrumento é outro fator importante. Cada instrumentista precisa ter a certeza e a confiança de que terá energia labial e física suficientes para chegar até o fim da apresentação, mantendo a qualidade sonora.
A afinação é outro fator extremamente importante. Muitos acreditam que basta afinar o instrumento no início do espetáculo e tudo ficará bem. Na verdade, deve-se aprender a afinar. O ouvido precisa ser educado dia-a-dia, ou melhor, "ensaio a ensaio", para aprender a afinar.
O maestro pode, durante a preparação de uma peça, indicar para cada músico que instrumento ele deveria estar ouvindo naquele momento como referência. Pouco a pouco, os integrantes vão começar a desenvolver uma escuta harmônica. Como conseqüência, haverá um maior entrosamento entre os instrumentistas e um ganho de qualidade no controle.
Articulação - sutileza frágil
Das características do som, a articulação costuma ser a mais negligenciada. A maioria acha que, se tocar as notas na altura e nos tempos certos, tudo estará bem. Isso provoca um empobrecimento da expressão musical, fazendo com que as frases percam sua personalidade.
Um trabalho bem feito com a articulação é uma prova do bom preparo da banda. Articular bem é uma habilidade sutil e frágil. Por exemplo, num trecho em staccato, basta um único músico de uma banda inteira tocar em legato que o efeito do staccato estará perdido.
Todo tempo gasto nos ensaios com a articulação será revertido em qualidade musical nas apresentações!
A dificuldade técnica
Entre outras coisas, num concurso, uma banda deve mostrar o quanto é capaz tecnicamente. Acontece que, muitas vezes, o passo acaba sendo maior do que a perna. Escolhe-se alguma peça cuja dificuldade técnica está além da habilidade real dos participantes, e o resultado é uma imagem distorcida daquilo que a música deveria soar.
Outra falta mais sutil, mas tão grave quanto a anterior, é a de se escolher uma peça cuja dificuldade técnica esteja no limite das habilidades da banda, onde cada músico tem de se concentrar ao extremo para conseguir executá-la. Todos ficam tão preocupados em acertar as notas que não sobra nada para a interpretação musical. A performance soa fria e maquinal.
Estética x Bem-estar - escolhendo a roupa certa
Outro detalhe decisivo numa apresentação é o bem-estar físico dos músicos. A escolha de um uniforme adequado é muito importante para isso. Vivemos em um país tropical, portanto, os uniformes têm que possibilitar uma apresentação no verão com sol a pino. Para tanto, já estão descartados tecidos grossos e pesados, como o veludo, por exemplo. O ideal é que o uniforme seja normalmente adequado ao verão e que nos dias frios possa-se colocar uma camiseta por dentro, por exemplo.
Boinas, quepes, chapéus, etc. devem ser arejados ao mesmo tempo em que protejam a cabeça dos raios solares. O corte deve ser folgado o bastante para permitir a livre movimentação e execução do instrumento.
Lembre-se: embora a estética seja importante e um belo uniforme possa impressionar bastante, o fundamental é que os músicos e demais integrantes possam ter conforto suficiente para darem o melhor de si. Uma apresentação não é um local de expiação de pecados!
fotos cedidas por wellington